Avançar para o conteúdo principal

Um objeto estranho-improvisado


A situação em que nos encontramos é tão grave que eu não percebo que se gaste tanto tempo a esmiuçar um assunto menor como o surto de sarampo ou o derby que se avizinha e tão pouco ou nenhum a discutir a ameaçada de bomba desta madrugada que motivou a evacuação de três prédios no Porto.
À primeira hora desta manhã, a CM Tv lança o ALERTA, comunicando a presença de um “objeto estranho” e anuncia a evacuação de “entre 20 a 30 pessoas” das suas casas. Não se perdoa à repórter o facto de não ter perguntado aos evacuados a que prédios pertenciam. Ora se são três prédios e 20 a 30 desalojados, ficamos sem perceber muito bem se os três prédios tinham uma média de 10 moradores por prédio, ou se alguém estaria ali só naquela noite, ou até se um prédio aloja mais evacuados do que o segundo ou terceiro. Ficamos sem saber, o que é uma pena. E isto é que deixa uma pessoa chateada, a falta de detalhe que às vezes falta a esta estação de televisão.
No fundo é por causa de omissão de informação como esta que começam falsas notícias. Seja como for, este “objeto estranho” é considerado pelo JN um “objeto improvisado”. E aqui começa a minha dificuldade (que eu cá tenho as minhas dificuldades). Ora então, não foi logo possível ver que o “objeto estranho”, não era mais de que “objeto improvisado”? E vocês agora perguntam-me: Um “objeto improvisado”, como assim? E eu respondo, porque podem perguntar, que eu gosto de vos esclarecer!
Improvisar um objeto, parece-me um pouco exagerado, eu cá acho que para improvisar, não há melhor que o César Mourão, que é uma rapaz culto, inteligente, bem humorado, porque o humor conta muito nas qualidades de uma pessoa. Esta é a pergunta que surge no espírito de todos: Para quê improvisar um objeto, que podia muito bem ser uma bomba. Destacar uma série de agentes, evacuar pessoas, fechar ruas, quando a meia dúzia de metros tem estádio do dragão, que volta e meia lança bombas de alto calibre e com uma qualidade piro-técnica nunca vista.
Improvisar um objeto, que não é uma mala, é um objeto montado, (segundo agentes policiais), a quem foi feito RX e tudo, e sobre o qual montaram um extenso perímetro de segurança enquanto decorriam as perícias, parece-me merecedor de uma cobertura noticiosa mais pormenorizada.
A julgar pelo desfecho, e o que a CM pôde apurar tratou-se de um comando de televisão envolto em fita-cola e com algumas luzes.

Assim sendo, e a ver pelo tempo de espera no serviço nacional de saúde, o leitor se se vir atrapalhado para fazer aquele maldito RX que ficou marcado para novembro, envolva-se em fita-cola, coloque umas luzinhas (podem ser aquelas fitas de led, que que se usam na árvore de natal) e chame a CM. É meio caminho andado para lhe fazerem o RX na hora e com sorte evacuam tudo o que esteja a mais.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A minha mansão é uma animação! Episódio #2

Por várias vezes já tenho comparado as marquesas a “jecos” (cão vadio, cão sem raça, ou apenas uma maneira terna, à moda do Porto, de chamar cão), mas na verdade, estou mais convencida do que nunca que aqui a cadela sou eu! Como muitos devem saber a minha empresa é considerada uma das 5 melhores empresas para se trabalhar em Portugal, é marcada pela informalidade e preocupação com o bem-estar dos colaboradores, oferecendo-lhes as melhores regalias, horários e programas de trabalho flexíveis, é uma empresa family-friendly , isto é, reconhece que funcionários e funcionárias têm responsabilidades familiares e aceitam o fato de que essas responsabilidades podem ter um impacto sobre a vida laboral. Não é nada, estava a brincar! Se o fotografo que veio dizer que o Obama tinha uma caso com a Beyoncé, porque estava a brincar, eu também posso! Então já não vos disse que sou funcionária pública!!! Mas até tenho um privilégio, uma vez por semana faço ginástica à hora do almoço e es...

O lá lá ó óóó óóó... mas que frió óóó óóó.

Época festivaleira, forró, laré… é tudo pretexto para encarnar um personagem. Dois ou três adereços, desenha-se a figura e o resultado dá nisto: Não tenho propriamente espírito carnavalesco, o que eu gosto mesmo é de um bom cromo, que me liberte, que deixe levitar, o resto sai naturalmente, está em mim!   No rescaldo destaco os melhores momentos. Esplendoroso, foi sem dúvida, o ir trabalhar. Não haja dúvida que o país prestou um gigantesco serviço público, mais rentável neste dia que em qualquer outro, até pelo facto de estarmos todos muito animados, conscientes de que o bom senso imperou e que não fora o nosso esforço, a economia teria descido às profundezas do infortúnio. (primeiro momento - aviado!) Reflito ainda sobre o que pensariam de mim os foliões com quem me cruzei, com um ar de alface acabadinha de chegar ao mercado, quando pelas 9h ainda eles emborcavam coisas líquidas, sólidas e gasosas e entoavam cânticos aos solavancos. Eu, deprimida, dou por mim a beber a m...

O primeiro dia da sopeirinha.

Ao fim de algumas semanas de abandono, finalmente encontro a sopeirinha maravilhosa, o “crème de la crème”. Certa, de que, com as referências, terei garantida a limpeza possível para sobreviver aos perseverantes tsunamis que embirram em passar pela minha mansão. No que toca a predicados, da minha parte está tudo nos conformes, quanto ao homem-bala, nem por isso, ficaria sobejamente mais satisfeito se fosse mais novinha e boooa! Assim sendo, está muito bem assim! Tudo a postos. Roubei algum do meu precioso tempo de domingo (e dela também) para acertarmos agulhas, algumas advertências e vamos em frente que atrás vem gente. Explica-me, com alguma delicadeza o seu repúdio pelo bicharoco, temendo que o ainda suposto lugar estivesse em perigo. Explico-lhe, que sou solidária na arte de o exterminar se preciso for, e que portanto, tem em mim uma aliada para com discreta mestria o aniquilarmos. Combinamos já para hoje a primeira empreitada, eis senão quando 5 minutos depois da hora ma...