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O primeiro dia da sopeirinha.

Ao fim de algumas semanas de abandono, finalmente encontro a sopeirinha maravilhosa, o “crème de la crème”. Certa, de que, com as referências, terei garantida a limpeza possível para sobreviver aos perseverantes tsunamis que embirram em passar pela minha mansão.
No que toca a predicados, da minha parte está tudo nos conformes, quanto ao homem-bala, nem por isso, ficaria sobejamente mais satisfeito se fosse mais novinha e boooa! Assim sendo, está muito bem assim!
Tudo a postos. Roubei algum do meu precioso tempo de domingo (e dela também) para acertarmos agulhas, algumas advertências e vamos em frente que atrás vem gente.
Explica-me, com alguma delicadeza o seu repúdio pelo bicharoco, temendo que o ainda suposto lugar estivesse em perigo. Explico-lhe, que sou solidária na arte de o exterminar se preciso for, e que portanto, tem em mim uma aliada para com discreta mestria o aniquilarmos.
Combinamos já para hoje a primeira empreitada, eis senão quando 5 minutos depois da hora marcada para a entrada ao serviço, aciona o meu aparelho portátil. Naquela fração de segundos antes de atender, conjeturo:
“- Ó menina, parti um cabelo e não me estou a sentir-me nada bem…” – ou numa prespectiva mais drástica – “não consigo entrar, parti a chave na porta!”
Páro com a palhaçada e atendo:
“É que o bicho está aqui nas escadas!” – exclama com o terror que o momento merece. Parece que a estou a ver, em bicos de pés e com a vassoura numa mão e telemóvel na outra à espera do meu aval para banir o nojento rastejante.
Não me atravessei, não tinha outro remédio, senão dizer-lhe que o estimulasse ao suicídio, encorajando-o a cair inadvertidamente pelos outros degraus até às profundezas. Dado que eram as escadas da cave, mais baixo não poderia ir, só mesmo para debaixo da terra, se a força assim o consentisse.
Se bem que com o distanciamento que o instante permitia, não desejasse infinitamente mais o falecimento do responsável pela ocorrência. Fosse isto acontecer comigo e estaria já com um processo de suspeita de assassinato. Eu, sinistra terrorista, capaz de matar?!
Só me resta confiar que após este episódio, a minha querida sopeirinha se mantenha firme e hirta naquela que será decerto a mansão mais alegre que irá algum dia cuidar, e que consiga fazer a lida com perfeição.
Entretanto contactado para, em missão de urgência se dirigir ao local do crime a fim de remediar o imbróglio, homem-bala, solta umas gargalhadas e disponibiliza o seu fim de dia para cuidar do “coitadinho, é tão pequenino”. (como isso por si só não fosse ainda mais repugnante!)
Ri-te ri-te, não tarda brindo-te com uma depilação a cera nas zonas secretas que tu vais ver!

Comentários

  1. ahahah Começou bem. Mas nada há a temer, a partir de hoje o "bicho vai pegarrr" :):)

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  2. Muito embora eu seja contra a matança de qualquer animal por mais repelente, insignificante ou rastejante que seja... Bravo à arte de fazer rir!

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    Respostas
    1. Minha querida anónima, não fosse eu ter a certeza de quem tu és, dir-te-ia que só és contra a matança, porque não jantas a olhar para ele! Ainda assim continuas a fazer parte da minha lista de amigas do coração! Bjs:)

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  3. Gostei...serve? E não te lamentes que ninguém lê o teu blog! lol

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    Respostas
    1. Claro que não serve! Quero mais, quero que gostes muito, quero que partilhes, sim, porque na verdade ninguém anda a ler o meu blog! Quero uma declaração de amor! ;)

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