O que se passou foi o seguinte, homem-bala decidiu fazer uma pequena remodelação à mansão do bicho-bicha, agora bicha-sem-nome. Pelos vistos o T0, não seria suficientemente espaçoso dada a velocidade estonteante de crescimento com que nos brinda.
Vai daí resolve enveredar pela arte da carpintaria e produzir a mansão (terrário) para a bicharoca. Semanas depois nasce um tenebroso caixão preto, que homem-bala entende, deve fazer parte da decoração da sala. Gesticulei, gani, espingardei, mas de nada me valeu. Rebentou a escala da persistência e convenceu-me que se tratava de uma decisão provisória até que a cave esteja pronta (tarefa aliás que lhe está designada). Por outro lado, nas entrelinhas, já foi dizendo que a cave tem pouca luz e tal…
Nada disto seria realmente crítico, não fosse o facto de, dadas as dimensões do caixão, este estar precisamente em frente à mesa de jantar, e portanto, ter o deleite de me lambuzar com vistas para o deserto. Querem mais espetacularidade?
Continuando… para quem conhece o homem-bala sabe bem que é rapaz para fazer tudo, mas tem uma costela de Gaudí, qualquer obra-prima fica sempre inacabada. Esta não foi exceção, por isso, tínhamos, provisoriamente coberto por um plástico, um caixão, sem a frente que será em vidro.
Ora, a bicha-sem-nome, já tinha dado provas de destemida quando no primeiro dia da sopeirinha, se lançou para o abismo, de para aí um metro de altura, em direção ao hall.
Resolvido a primeira embrulhada, homem-bala, garante que com o reforço de fita-cola no plástico a tinhosa não avançaria mais. Mas se havia dia que ela entendeu provocar, foi precisamente o de ontem, aproveitando a facto do padrasto não vir dormir.
Não preciso de dizer que quando as marquesas e a matriarca chegam a casa, dão de caras com aquela bonita paisagem. A bicha-sem-nome, juntinho às escadas que dão para os quartos.
Mais uma vez desejo-lhe o fim, mas desta feita, não há quem me socorra. Falso, valeu-me o meu “Agente D” (o meu arrojado sobrinho), que acompanhado pelo pai veem de sirenes em riste, anunciando o isolar do local do crime, resolvendo num esplendoroso instante o enredo.
Quem não se safou, foi mesmo homem-bala que perante tanta ameaça, resolve alterar a agenda e fazer mais 300km, que é para aprender!
Com tantas aventuras narradas sobre o bicho-bicha confesso que começo a nutrir simpatia pelo animal. É como aqueles livros que lemos. Sem darmos por isso, começamos a criar afeição pelas personagens e já não queremos que se vão embora do enredo.... E, não raramente, são essas mesmas personagens arredias, desterradas, privadas de afecto, que mantêm a história viva e interessante. Quando desaparecem, desaparece com elas uma parte brilhante da história, deixando-a desvirtuada, incompleta e insípida. Conclusão: poupa o bichinho e não leves a cabo os teus planos homicidas! A tua amiga anónima que muito de estima a ti e à tua linda família (onde se inclui o bicho-bicha)....
ResponderEliminarOh minha querida anónima, um dia escrevo um livro, e claro está, vais ser tu a corretora!
EliminarE "eu é que sou a orgulhosa mãe do agente secreto !!!"
ResponderEliminar“Eu é que sou o prer..sidente da junta!”
EliminarÉ nestas alturas que agradeço o facto de ele ser tão “tresloucado”, vá! Para ele foi como beber um copo de água, para mim foi um filme do Tarantino!
Obrigada por o teres dispensado dos tcp´s para cumprir tão nobre missão!