Está tudo pela hora da morte, como bem sabeis, e não se pode andar aí a gastar à tolinho seja eu, mas foi precisamente isso que eu fiz, gastar dinheiro mal gasto! Na verdade foi até mais que isso, diria que foi mesmo um luxo. Contei umas vinte tentativas de adormecer a pirralha, em horas já não muito decentes, e logo depois do frenesim de um dia MAARAAVILHOSO, em que o chefe se lembra de impor regras novas no serviço, regras que obrigam a mais um apertão no cinto. Desta feita, a medida não foi imposta para me tirar mais ao ordenado, ou para me por a trabalhar mais uma horita ou duas, mas antes para controlo da despesa do estado. A lógica aplicada foi simples e objetiva: tens 10 minutos para comer de manhã, 10 minutos pra comer de tarde e tens meia horinha para o almoço. Ora com toda esta contenção, usas tendencialmente menos a casinha, assim acabam-se os entupimentos e as sujidades indesejadas. Só faltou ouvi-lo dizer: "Observa, é só vantagens: emagreces, não passas a vida a interromper o trabalho, apertas bem o cintinho e vais cag$* para casa e não aqui, para estragares o que os senhores arquitectos andaram a fazer, percebeste!?!?! Vai masé trabalhar e se falares muito, vais começar a picar ponto para a mijinha, e tens direito a 5 tirinhas de papel higiénico, que é pra ter a certeza que não fazes mais nada além do simples chichizinho!! OK!?!?!?!!
Mas voltando ao sono, e às tentativas frustadas de repor energias para o dia seguinte. E no meio de tanto choro e tanto grito, a minha piquena contorcia-se que nem aquelas meias chenesas, sem que eu compreendesse a razão... O "Homem Bala" ainda lançou uns bitaites muito construtivos, do género:
"- O que é que a miúda tem?" (como se eu soubesse já não teria resolvido!);
e "- Se calhar são bichas! (ora, se fossem bichas já eu saberia bem como lidar com a situação, já vi cada uma!!),
e ainda "- Coitadinha da miúda, o que é que fizeste?"
Bem, eu eu tudo bem! Deixei-o para lá, a falar...
Depois de usar algumas ideias saídas da cartola que todas as mães têm nestas situações, mas que não surtiram efeito, resolvi levá-la ao hospital. E, pronto, lá vou eu, noite cerradinha, nada de chuva, nem orvalho, mas um frio que podem facilmente calcular!
A miúda mais parecia uma pneuzinho da Michelin, de tal forma que foi necessário alargar os cintos da cadeirinha. Mas, chegada ao hospital, aliás como já deixou de ser surpresa para mim, já nada se passava. Qualquer um que por ali passasse, pensaria para si: "Olha esta piquena, toda rapioqueira. Deves estar muito doente, deves, para andares para aí a dançar e a mostrar as suas gracinhas!".
Ao fim de quase uma hora de espera, entro no consultório médico e dou por mim a explicar o sucedido enquanto que a médica, com apalpações para aqui, apalpações para ali, espeta-lhe com um clister por ali acima e a miúda pumpumpum, purumpumpum, parecia o porto em noite de S. João.
Ora muito bem, já com boa disposição, a noite já quase a meio, já está aliviadinha, vamos para casa dormir, que o nosso mal é sono! Mas antes, é preciso passar na recepção.
Aguardo um ou dois minutos na pequena fila formada junto ao balcão de atendimento. "- Gaija boa", dir-me-ia discretamente o "Homem Bala" se me tivesse acompanhado!
"- Boa noite, são 20€!", diz-me a rececionista com o a voz mais límpida e acordada do mundo.
"- O QUÊ?" Ouvi-me eu a gritar eu bem no centro do meu cérebro! 20 euros para a miúda vir aqui dar os puns. Ah, luxo, disse eu com o olhar à piquena, queres vir dar umas voltas, arejar, e tungas 20€. Vontade tinha eu de chamar o tradutor de linguagem gestual das cerimónias fúnebres do Mandela, para dizer ali um impropérios, mas, tendo em conta o que se diz sobre o assunto, correria o risco de ele nada dizer... Lembrei-me agora que eu também tenho muito jeito para jogar o pictionary! Naquela parte dos gestos até acho que me saía melhor que o tradutor...
Mas, enfim, meto o meu ar mais sei lá, e para lá de cansada e mais que resignada, saco de uma nota de 50 euros, para que não restassem dúvidas. Assim, a "gaija boa" ficou a saber que eu levo a minha filha a onde ela bem lhe apetecer para dar uns traques. Percebestes!?!?!
E assim, comassim, dei 20 eurinhos para saber que a miúda não se dá com o grão!!! Para próxima aprendes!
Mas voltando ao sono, e às tentativas frustadas de repor energias para o dia seguinte. E no meio de tanto choro e tanto grito, a minha piquena contorcia-se que nem aquelas meias chenesas, sem que eu compreendesse a razão... O "Homem Bala" ainda lançou uns bitaites muito construtivos, do género:
"- O que é que a miúda tem?" (como se eu soubesse já não teria resolvido!);
e "- Se calhar são bichas! (ora, se fossem bichas já eu saberia bem como lidar com a situação, já vi cada uma!!),
e ainda "- Coitadinha da miúda, o que é que fizeste?"
Bem, eu eu tudo bem! Deixei-o para lá, a falar...
Depois de usar algumas ideias saídas da cartola que todas as mães têm nestas situações, mas que não surtiram efeito, resolvi levá-la ao hospital. E, pronto, lá vou eu, noite cerradinha, nada de chuva, nem orvalho, mas um frio que podem facilmente calcular!
A miúda mais parecia uma pneuzinho da Michelin, de tal forma que foi necessário alargar os cintos da cadeirinha. Mas, chegada ao hospital, aliás como já deixou de ser surpresa para mim, já nada se passava. Qualquer um que por ali passasse, pensaria para si: "Olha esta piquena, toda rapioqueira. Deves estar muito doente, deves, para andares para aí a dançar e a mostrar as suas gracinhas!".
Ao fim de quase uma hora de espera, entro no consultório médico e dou por mim a explicar o sucedido enquanto que a médica, com apalpações para aqui, apalpações para ali, espeta-lhe com um clister por ali acima e a miúda pumpumpum, purumpumpum, parecia o porto em noite de S. João.
Ora muito bem, já com boa disposição, a noite já quase a meio, já está aliviadinha, vamos para casa dormir, que o nosso mal é sono! Mas antes, é preciso passar na recepção.
Aguardo um ou dois minutos na pequena fila formada junto ao balcão de atendimento. "- Gaija boa", dir-me-ia discretamente o "Homem Bala" se me tivesse acompanhado!
"- Boa noite, são 20€!", diz-me a rececionista com o a voz mais límpida e acordada do mundo.
"- O QUÊ?" Ouvi-me eu a gritar eu bem no centro do meu cérebro! 20 euros para a miúda vir aqui dar os puns. Ah, luxo, disse eu com o olhar à piquena, queres vir dar umas voltas, arejar, e tungas 20€. Vontade tinha eu de chamar o tradutor de linguagem gestual das cerimónias fúnebres do Mandela, para dizer ali um impropérios, mas, tendo em conta o que se diz sobre o assunto, correria o risco de ele nada dizer... Lembrei-me agora que eu também tenho muito jeito para jogar o pictionary! Naquela parte dos gestos até acho que me saía melhor que o tradutor...
Mas, enfim, meto o meu ar mais sei lá, e para lá de cansada e mais que resignada, saco de uma nota de 50 euros, para que não restassem dúvidas. Assim, a "gaija boa" ficou a saber que eu levo a minha filha a onde ela bem lhe apetecer para dar uns traques. Percebestes!?!?!
E assim, comassim, dei 20 eurinhos para saber que a miúda não se dá com o grão!!! Para próxima aprendes!
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