Avançar para o conteúdo principal

O meu carro até assusta os ladrões!

Sabeis bem que o meu veículo é topo de gama, ou melhor já foi, um dia, talvez na minha imaginação. Às vezes confundo sonho com realidade!
Pois bem, para além da direção assistida (a braços), dos vidros elétricos (da frente, e sabe Deus!), e do look que agora decidi implementar, graças à Chuva de calhaus. Tenho a enorme vantagem de ter comando à distância, uma distância tão grande, tão grande que nem lhe chego. Mas ainda assim é muito obediente, é só meter a chave no canhão da porta e se virar para a direita ele imediatamente abre, se virar, para a esquerda ele fecha. Quem dera a muitos ter assim um bólide tão bem mandado.
Aparentemente tudo normal, mas hoje aconteceu magia! Em horas muito alegres (8h00) e sem a ajuda do homem-bala, na ânsia de sair de casa para cumprir todo um ritual que eu adoro, dou por mim a revirar a carteira, o casaco e tudo o mais que se possa imaginar em busca da tão desejada chave que me leva, a mim e às réplicas, a satisfazer os deveres a que a sociedade nos obriga – trabalhar, trabalhar, trabalhar!
Saco do meu olhar ameaçador e interrogo as catraias sobre o paradeiro da dita. A mais velha descarta-se e a mais nova responde-me com um sorriso, como que se eu estivesse a falar ucraniano, todavia, aos seus olhos a pergunta seria qualquer coisa como: (ler com sotaque russo) - sábias que o présidente foi destituído?! - Responde-me com uma gargalhada e vai à vida dela. Aquilo até me aleijou os nervos!
O horror instalado, e a marquesa R lança uns bitaites muito produtivos, um deles aguça-me os tímpanos: Não deixas-te no carro?
À pergunta ligeiramente parva, vá lá, pode ser atribuída alguma credibilidade. Tenho de admitir que a gestão à saída da viatura é mais ou menos assim: Saio eu com tudo o que é quinquilharia, abro a porta da mansão, depois a Marquesa R com os seus haveres e deixo as mãos bem livres para ir recolher a marquesinha da cadeira. Não sem antes, ela me deliciar com uma palhaçada fazendo de conta que dorme, é certo que com os olhos abertos, e largando até um ressonar para credibilizar ainda mais a coisa. Nessa altura, entro na farsa e aproveito para fechar o carro no trinque, no lado do pendura.
Perante isto, já se prevê o que aconteceu, certo! Eu bem que temia que um dia destes isso acontecesse, mas achei sempre que não ia ser assim tão incompetente!
O brilhantismo disto tudo é que ninguém me levou o carro. Talvez seja porque não o acham grande espingarda. A minha vizinha aliás, já tinha comentado comigo, a propósito da queda de calhaus e perante o facto do carro do homem-bala ter partido os vidros em vez do meu:
- Olha que pena, havia era de ser o seu, que é mais velhinho!
Não lhe respondi mas se o tivesse feito, diria qualquer coisa do género:
- É pois, sua vaquinha, o meu é velhinho, devia mesmo era ir para abate, não faz cá falta nenhuma, não é? E se fosses masé trabalhar e deixasses o meu rottweiller sogadito antes que ele te morda?

Valeu-me ter uma cópia em casa, caso contrário adivinhava-se mais despesa e muitos nervos.

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue

O primeiro dia da sopeirinha.

Ao fim de algumas semanas de abandono, finalmente encontro a sopeirinha maravilhosa, o “crème de la crème”. Certa, de que, com as referências, terei garantida a limpeza possível para sobreviver aos perseverantes tsunamis que embirram em passar pela minha mansão. No que toca a predicados, da minha parte está tudo nos conformes, quanto ao homem-bala, nem por isso, ficaria sobejamente mais satisfeito se fosse mais novinha e boooa! Assim sendo, está muito bem assim! Tudo a postos. Roubei algum do meu precioso tempo de domingo (e dela também) para acertarmos agulhas, algumas advertências e vamos em frente que atrás vem gente. Explica-me, com alguma delicadeza o seu repúdio pelo bicharoco, temendo que o ainda suposto lugar estivesse em perigo. Explico-lhe, que sou solidária na arte de o exterminar se preciso for, e que portanto, tem em mim uma aliada para com discreta mestria o aniquilarmos. Combinamos já para hoje a primeira empreitada, eis senão quando 5 minutos depois da hora ma...

Estou um ovo podre!

Constato em choque que estou um tanto ao quanto apodrentada! No outro dia esfaqueei o dedo malcriado. Ainda pensei em ter aquela conversa que anseio ter com certas pessoas, exibindo o dedo que teimava em ficar hirto e firme, mas lá me contive. Depois são os costados, andam pela hora da morte, tenho a sensação que fui árbitro numa daquelas lutas de sumo e fui apanhada na malha. Para terminar, se bem que não pela primeira vez, entortei o pé do costume. Da última vez que me aconteceu, estava com uma pança de 8 meses (daquelas que parece que embuchaste uma gigantesca melancia), vai daí espatifei-me na chão, engessei a pata e valeu-me umas espampanantes acrobacias. Tenho agora um andar novo, que me dá um estilo do caraças, mas ainda assim não me atrevo a ir ao hospital. E porquê, perguntam vocês? Porque uma gaija, não tem tempo para estar doente! A BigSister também anda meia desmanchada, depois de ter tirado fora tudo o que não prestava. É portanto, bem provável que um dia de...

Viagens na minha terra

Fiz uma reflexão sobre qual seriam os corredores por que passei aquando da minha concepção. Não querendo chamar para aqui o ato propriamente dito e deixando portanto, a imagem dos meus queridos criadores em momentos de ramboia intacta (isto de imaginar os pais, soa a muito estranho!) Por isso e passando à frente, dou por mim a meditar sobre o porquê do Todo-Poderoso me brindar com alguns atributos (extraordinários, vá!), descurando os guichés da sorte e do carcanhol. É certo que ainda não lido bem com esta punição, mas seja como for, acabo por ainda assim ter momentos inolvidáveis de puro entretenimento, senão vejamos, nos últimos episódios da minha novela andava a sentir-me a WILMA dos Flintstones. Como assim, perguntam vocês? E eu respondo, porque respondo sempre aos vossos anseios. Enquanto condutora sentia uma espécie de cubos no lugar das rodas, a paisagem parecia vista através duma montanha russa, ora cá em cima, ora lá em baixo. Para não falar da banda sonora, que mais pa...